quarta-feira, 10 de julho de 2024

Resenha - Cabeça de Trovão de Douglas Preston e Lincoln Child

Cabeça de Trovão de Douglas Preston e Lincoln Child

Tradução por Lilian Dias

Uma cidade antiga, transbordando de ouro e outras riquezas, escondida, perdida e amaldiçoada. Lenda ou realidade? Acompanhando a arqueóloga Nora Kelly que, após receber uma carta de seu pai, que tinha desaparecido há cerca de 16 anos, sai a procura da antiga e lendária cidade de Quivira, nós nos encontramos frente a um mistério antigo que, talvez, era melhor ter continuado um mistério para sempre...

Cabeça de Trovão é uma história muito boa para aqueles que se interessam por mistério, aventura e, especialmente, suspense. Similar a aventuras como as de Indiana Jones, As Minas do Rei Salomão, entre outros, o enredo escrito pela dupla Preston e Child consegue prender os leitores com facilidade, com cada página aumentando as descobertas do grupo arqueológico, o que, por sua vez, traz a tona ainda mais perguntas.

Pode ser um tanto difícil para algumas pessoas não acostumadas aos cânions e as planícies dos territórios desérticos dos Estados Unidos, imaginar com exatidão a aparência do mundo ao redor dos personagens, mas ainda assim a descrição é bem escrita e detalhada, permitindo ao leitor ter uma boa visão do local em que nosso grupo arqueológico se encontra, com suas belezas e seus perigos. Afinal, a natureza pode ser tão perigosa e feroz quanto humanos podem ser... Como esperado, Cabeça de Trovão traz consigo uma grande carga mística, baseada na cultura e nas lendas dos povos da região, especialmente os Pueblo, algo que, embora interessante, deve ser aceita com um certo grau de cautela, uma vez que esse livro não foi escrito por membros de qualquer um desses grupos; sem contar que a história apresenta um personagem nativo com aparência e maneirismos um tanto estereotipados, algo muito comum nas histórias desse gênero, porém, nada muito escandaloso.

Durante a tradução, Lilian Dias optou por manter algumas palavras em sua forma original, seja ela em inglês ou em outras línguas nativas americanas, embora algumas delas tenham traduções comuns em português. Talvez a escolha de Dias tenha sido focada no fato de que, mantendo essas palavras, ela também mantém um pouco mais do misticismo que cerca tais temas, dessa forma agarrando mais ainda o interesse e a curiosidade do leitor.

Cabeça de Trovão sofre de alguns clichês típicos do tipo do gênero literário Mundo Perdido, tanto em relação ao enredo quanto aos personagens e a relação entre esses, mas ainda assim é uma boa leitura para aqueles que gostam de explorar lugares inóspitos e cidades misteriosas.

Enredo: 9/10

Personagens: 7/10

Escrita/tradução: 7/10

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