Livros que me marcaram
Há anos eu tenho colocado mais e mais livros em minha biblioteca pessoal e embora eu goste de todas as histórias que tenho comigo, há alguns livros que me marcaram mais do que outros. 6 livros em especial.
Quando eu era criança, tendo crescido lendo apenas histórias em quadrinhos e livros infantis com mais imagens que palavras, eu não compreendia como as pessoas podiam gostar de ler livros sem imagens. Mas quando cheguei na quinta série, decidi dar uma chance para eles, e assim tudo começou...
O Rei Maluco e a Rainha Mais Ainda por Fernanda Lopes de AlmeidaQuando eu estava na transição entre quadrinhos e livros sem imagens, eu li esse livro e eu me apaixonei tanto pela história quanto pela arte de Luiz Maia! Eu costumo chamar essa história de "Alice no País das Maravilhas mas Brasileiro" e com razão. É uma história divertida, infantil, sem muito pé nem cabeça, mas com algumas mensagens escondidas nas entrelinhas que me fizeram pensar desde a minha primeira leitura.
Eu lembro bem de pegar esse livro na biblioteca da escola e ler em apenas alguns dias, e pedir para emprestar por mais tempo no dia em que eu fui devolver.
O Rei Maluco e a Rainha Mais Ainda é, na minha opinião, um dos mais importantes livros na minha estante, pois foi essa história que inspirou a criação de meu primeiro manuscrito: A Saga do Destino (cujos primeiros capítulos você pode ler no Wattpad!). ♥
O Mundo de Sofia por Jostein Gaarder
Esse foi o primeiro livro sem figuras que eu li.
Eu não poderia dizer o que me fez querer ler O Mundo de Sofia, talvez a capa tenha pego minha atenção, ou, ironicamente, eu tenha escolhido porque era um dos livros mais longos que eu já tinha visto! (Minha primeira vez lendo um livro daqueles e eu decidi "go big or go home" eh?)
Não foi uma leitura fácil, eu lembro, especialmente com todas as teorias filosóficas, mas, ainda assim, esse livro me cativou de um modo surpreendente. Eu não conseguia larga-lo de jeito nenhum. Li todas as 500 e algumas páginas em algumas semanas, só para começar a ler mais uma vez, e mais uma vez. A um ponto eu tive que devolver para a biblioteca da escola, mas rapidamente sai com meus pais para visitar a livraria mais próxima para ter uma versão só minha!
Já fazem muitos anos desde a última vez que li O Mundo de Sofia, mas muitos do modo como eu penso foi moldado pelas palavras desse livro, incluindo o desenvolver de meus sentimentos quanto à relação humana com a realidade e a ficção.
Quando me perguntam "que livro alguém teria de ler para entender você?", eu sempre aponto para esse livro!
A Cidade do Sol por Khaled Hosseini
Vou falar sério, eu não acho que eu devia ter lido esse livro tão cedo. A Cidade do Sol é um livro pesado, na minha opinião, com cenas fortes, como é de se esperar para uma história sobre a realidade das mulheres Afegãs no lugar e no período em que elas se encontram.
A esse ponto eu já tinha visto várias violentas em filmes (O Vingador do Futuro e O Demolidor são filmes que assisti muito jovem e que ainda adoro!), mas essa foi a minha primeira vez lendo e eu deveria saber que seria uma experiência totalmente diferente.
Cenas desse livro vivem em minha mente até os dias de hoje, ao ponto que eu posso descrevê-las sem dificuldade mesmo sem ter lido o livro há anos! E o modo como Hosseini descreve elas serviu de inspiração para o modo como eu escrevo cenas em minha história. O modo como Hosseini muda de um ponto de vista para o outro também serviu de inspiração para mim durante meus primeiros anos escrevendo fanfics e algo que até hoje mostra suas caras em algumas de minhas histórias originais.
E eu tenho que dizer, que adoro o modo como as personagens são realistas, como elas soam naturais e bem escritas, especialmente sendo que suas histórias e suas palavras foram escritas por um homem.
Como sempre acontece, eu vi o primeiro filme antes de ler o livro, e como o filme se tornou um dos meus favoritos, era de se esperar que eu me apaixonasse pelas palavras de Lewis do mesmo modo.
Há algo ao mesmo tempo tão mágico e inocente, e também sábio e sério, nas crônicas de C. S. Lewis que não é de se admirar que elas tenham cativado leitores por tantos anos e pelo mundo inteiro. E não me surpreende que eu tenha sido cativado também.
As Crônicas de Nárnia é um livro para qual eu me volto sempre quando me sinto, digamos, desanimado com o mundo. É como se uma energia amiga emanasse de suas páginas. E há uma parte de mim que volta a ser uma criança cada vez que pego esse livro em minhas mãos. Eu não saberia como explicar por que me sinto assim, só sei que sinto e que poucos livros já me fizeram sentir assim!
O modo simples com que Lewis descreve as ações das crianças espacialmente, faz com que eles pareçam ser exatamente isso, crianças, e eu sempre admiro todos os escritores que são capaz de fazer tal coisa.
O Meu Pé de Laranja Lima por José Mauro de Vasconcelos
Eu não posso dizer que O Meu Pé de Laranja Lima é um dos meus livros favoritos, nem de longe, mas até hoje ele é um dos livros em minha coleção que mais mexeu comigo.
Esse é um dos livros favoritos de minha mãe, que ela tem desde jovem e que ela costumava ler para mim antes de dormir quando eu era muito pequeno. O modo simples da narrativa é uma de minhas memórias mais antigas, e eu lembro que essa foi a primeira vez que eu vi em uma história a melancolia da perda mostrada de um modo tão gentil, ao ponto que eu, pequeno, não compreendia porque o final sempre fazia minha mãe chorar.
Foi só quando eu cresci e li esse livro por mim mesmo que eu compreendi e tudo fez sentido para mim, e por esse simples motivo esse livro se tornou estranhamente importante para mim.
Princesa dos Dragões - a filha da Lua por Vanessa Ariana MusialEu não me surpreenderia se ninguém sequer ouviu falar desse livro. Princesa dos Dragões é um livro miúdo, escrito por Vanessa aos 14 anos de idade e publicado pela editora Íthala. (Você pode comprar o livro aqui, se quiser!)
Eu pessoalmente prefiro separar aquilo que eu chamo de "meu favorito" daquilo que "me marcou", mas essa é uma das exceções. E o simples motivo para isso é porque esse livro abriu um portal para meu passado e quando eu li as páginas dessa história eu de repente vi a mim mesmo, com apenas 12 anos, escrevendo fanfics no velho site Nyah!Fanfiction.
Princesa dos Dragões não é o mais bem escrito livro do mundo, nem de longe, além de ter uma história um tanto clichê, mas ao mesmo tempo eu consigo sentir a criatividade transbordando de cada palavra e de cada figura (desenhado pela própria autora). Eu não tenho vergonha de dizer que esse é um dos livros mais importantes em minha coleção, pois cada vez que eu tenho ele em minhas mãos eu sinto como se a inspiração me tocasse.
Porque, as vezes, aquilo que mais te marca, é aquela coisinha mais simples, que ninguém mais além de você, parece notar... ♥
Nenhum comentário:
Postar um comentário