🌟🌎Hora de Worldbuilding!🌎🌟
Chiaroscuro é um dos milhares de
universos que existem junto ao nosso no grande multiverso. Um universo de luz e escuridão, ao mesmo tempo tão parecido e tão
diferente do nosso. Chiaroscuro é uma versão alternativa de nossa
realidade, possuindo galáxias, sistemas solares, estrelas e planetas
similares, se não completamente idênticos, aos que conhecemos, além de
apresentar um planeta Terra contendo uma espécie humana com uma história
e aparência surpreendentemente familiar.
Em Chiaroscuro o universo se iniciou no que é chamado Nada, ou Tudo, onde apenas duas entidades existiam a princípio: a Luz e a Escuridão. De onde tais entidades vieram, ou seja, como elas surgiram, não se sabe.
O universo foi iniciado pela entidade da Luz, que originou os
primeiros elementos do cosmos, dando assim o chute inicial para o
desenvolvimento de novas espécies através de regras naturais de
evolução, similares às regras de nosso universo. Foi a partir da Luz que
nasceram também os primeiros seres de inteligência avançada, conhecidos
como Filhos da Luz e Seres Dourados. A segunda entidade, Escuridão,
seguiu os passos da Luz com outros elementos de sua própria criação,
assim como outros seres, tanto inteligentes (Filhos da Escuridão e a
Sombra) como não inteligentes (Vazios).
Os únicos seres que tem total conhecimento de como Chiaroscuro foi
criado e desenvolvido são os povos Estrela e Sombra, uma vez que estes
são descendentes diretos dos Filhos da Luz e da Escuridão.
🌟A Criação do Universo Chiaroscuro🌟
como é contada pelo Povo Estrela e o Povo Sombra
Há muitas eras atrás, tudo o que existia era o Nada.
E, no meio do nada, viviam a Escuridão e a Luz.
A Luz, a mais jovem, vivia
confortável e protegida dentro do abraço da Escuridão, a mais velha.
Dentro daquele abraço, a Luz criou um universo só para si mesma e para a
Escuridão.
Envolto pelas sombras, existia o Tudo no meio do Nada.
Mas quando Luz já tinha criado tudo que podia criar entre os braços da Escuridão, a Luz começou a ansiar por criar mais.
“O que há para além de teus braços?” Perguntou a Luz.
“Nada.” Respondeu-lhe a Escuridão.
“Então permita-me sair e criar para ti um novo Tudo.” Ofereceu a Luz.
“Mas aqui já temos nosso Tudo.” Era tudo o que a Escuridão tinha a dizer.
E ao voltar os olhos para sua
criação, a Luz se sentia contente, esquecendo-se do Nada e se focando em
seu Tudo. Mas sua curiosidade podia ser vista nos seres de luz que
escalavam os braços da Escuridão como pequenos pingos de diamante.
Certo momento, a Luz notou que não
tinha mais a criar no abraço da Escuridão, não sem destruir aquilo que
já tinha criado. Triste em se desfazer de Tudo para criar um novo Tudo,
a Luz cantarolou para sua criação uma última canção e ofereceu-lhe uma
última dança. E seu brilho ficou tão bonito e hipnotizante que a
Escuridão adormeceu.
Ao adormecer, o aperto da Escuridão
se afrouxou. Tomando a chance, a Luz deslizou por uma das frestas e se
viu pela primeira vez no outro lado do abraço da Escuridão.
A Luz descobriu pela primeira vez o que era o Nada.
“Oh, cara Escuridão.” A Luz teve
uma realização. “Por tanto tempo tenho vivido envolta em teus braços
seguros e amigos, enquanto tudo o que te envolvias era apenas o Nada,
vazio e desolado.”
Então a Luz se pôs a dançar e a
cantar mais uma vez. A cada palavra que saia de seus lábios nascia uma
nova essência e a cada passo de seus pés essa essência se tornava real.
De pouco em pouco, nota a nota, passo a passo, a Luz criava um novo
Tudo, um Tudo para encher o Nada.
Mas a Luz se sentia solitária sem o
sorriso da Escuridão para acompanhar sua canção, então, dos brilhos que
caiam de sua forma a cada giro e pirueta, nasceram seres de luz,
douradas como chamas. Os seres dançaram a seu lado, ecoando o júbilo de
criação com suas próprias vozes e seus próprios versos. Logo o Nada, que
agora era Tudo, se encheu com a cantoria de várias vozes.
E a Luz parou e admirou sua criação, feliz em saber que a Escuridão agora tinha Tudo e não só o Nada.
Mas foi então que a Luz viu que,
com cada movimento de sua dança, com cada nota de sua canção, mais e
mais seu brilho diminuía, até ela não passar de um pequeno ponto de luz.
E a Luz finalmente entendeu que a
Escuridão escondia dela o Nada: Medo. O medo de que a Luz desejasse
preencher aquele Nada, assim como era sua natureza fazer. O medo de que a
Luz se extinguisse ao fazer tal coisa.
Prevendo a tristeza da Escuridão ao
vê-la daquele modo, a Luz sabia que o único jeito de retornar à sua
glória de antes era destruir aquilo que tinha criado. Mas ela não podia
fazer tal coisa. A Luz tinha pintado aquele Nada com seu coração,
criando um Tudo especial, um Tudo não para si, mas um Tudo para a
Escuridão.
Então a Luz cantou sua última canção e dançou sua última dança.
E de suas lágrimas nasceram os
Filhos da Luz, dividindo com seu criador todas as suas dores e amores,
suas felicidades e tristezas. E dando-lhes a missão de alegrar a
Escuridão e servir-lhe de companhia, a Luz, com uma nota final e um
último passo, desapareceu.
Quando a música parou, a Escuridão acordou e chorou ao descobrir que sua Luz havia desaparecido.
Mas então sua tristeza foi substituída por raiva.
“Vossa criação trouxe a destruição
de minha Luz.” Urrou a Escuridão para o Tudo criado pela Luz. “Vós a
tiraram de mim e agora irão pagar! Destruirei a todos como destruíram
minha Luz!”
E de sua raiva e ressentimento surgiram os Vazios, que começaram a devorar e destruir tudo em seu caminho.
Mas então a Escuridão viu os Seres
Dourados e os Filhos da Luz que se escondiam entre o Tudo que a Luz
tinha criado. Eles tinham medo, a Escuridão podia ver, mas eles ainda
assim cantavam para ela. Suas vozes eram a voz da Luz e sua essência era
a essência da Luz. E eles cantaram para a Escuridão, para que não
destruísse os presentes da Luz, pois eles tinham sido feitos para ela.
Aos poucos os ouvidos da Escuridão
se abriram para a canção que vinha de tudo e de todos, e ela notou que
não podia destruir a criação de Luz, porque aquilo seria destruir a
própria Luz.
A Escuridão tentou parar os Vazios
em sua destruição, porém, uma vez alimentados pelo ressentimento que a
Escuridão ainda sentia, eles não pararam. Determinada, a Escuridão lutou
contra sua raiva e sua tristeza por ciclo após de ciclo até que ela
compreendeu que não podia destruir a Sombra que havia crescido dentro
dela. Então a Escuridão lançou a Sombra dentro de um dos Vazios,
prendendo-o para toda a eternidade no centro do Tudo, onde não podia ser
alcançado por nada nem ninguém. E dos demais Vazios a Escuridão retirou
tudo o que já tinha sido consumido, para que tudo pudesse ser
reconstruído uma vez mais.
Inspirada pelo brilho da Luz e dos
Filhos da Luz, a Escuridão cantou sua própria canção e dançou sua
própria dança, algo jamais visto antes e que nunca mais seria visto
novamente. E de sua canção nasceram os Filhos da Escuridão, tão
diferentes mas ainda assim tão parecidos com a criação da Luz.
E uma vez feliz com a harmonia
entre sua criação e a da Luz, a Escuridão abriu seus braços mais uma
vez, envolvendo o Tudo em um novo abraço e lá ficou, mantendo a criação
de sua Luz segura e protegida, para todo o sempre.
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A Luz e a Escuridão
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